sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O poder do erro
*Por Alcides Rocha
O que muda o mundo não é o acerto e sim o erro. Como diz o General Romano Pompeu: navegar é preciso e viver não é preciso.
O erro é impreciso, pois gera instabilidade na vida e nas corporações. Porém diante dele é possível adotar posicionamentos diferentes, ou seja, alguns reclamam e lamentam-se da falha enquanto outros analisam os pontos fortes e fracos a fim de evitar que a situação se repita.
Na realidade corporativa, a ausência do erro implica na estabilidade negativa, ou seja, a inovação dentro de uma empresa é advinda de uma atitude transformadora e esta pode gerar algumas falhas iniciais.
Como algumas empresas conseguem ser tão inovadoras a ponto de lançar uma série de produtos de sucesso e outras corporações não atingem o mesmo nível de rendimento?
Para responder a esta pergunta temos que nos remeter a um assunto imprescindível quando tratamos de inovação: aversão ao risco.
Empresas sinônimas de inovação como Apple, Google, Microsoft e Sony já tiveram muitos fracassos emplacados em meio a tantas novidades e inovações lançadas por elas.
Para alcançar resultados expressivos no que tange a inovação, arriscar e não ter medo do risco consciente é fundamental. As empresas que ficam na zona de conforto e não buscam inovar jamais terão este diferencial competitivo.
Visando a sustentabilidade de uma empresa é importante ter atenção ao tipo de erro que está praticando, pois estes podem ser uma armadilha contra a estruturação da própria organização.
Os erros que trazem aprendizado e são produtos da busca de redução de incertezas inerentes aos projetos inovadores podem até mesmo ser valorizados. Já os erros de gestão, de uma falta de conhecimento sobre o próprio negócio não contribuem para as atividades inovadoras, pois muito provavelmente estas empresas não conseguirão ter tempo e recursos para se dedicarem à inovação.
Empresas inovadoras também erram!
É possível citar erros de descoberta, uns com maior intensidade e outros que até mesmo o fracasso serviu como insumo para casos de sucesso. A Apple, considerada a empresa mais inovadora do mundo, é um exemplo aplicável, pois teve fracassos ao lançar computadores, console para games e máquina fotográfica. Mas por outro lado, as falhas foram recompensadas, pois foi por meio delas que anos mais tarde foram lançados o iPhone e o iPad, respectivamente.
Entre outros exemplos, temos os chromebooks lançados pelo Google, laptops que não deram certo. Além dos casos da Sony com o Betamax, um sistema doméstico para gravação de filmes em fita magnética que não vingou devido à pouca tecnologia.
Estas empresas, mesmo tendo registrado fracassos em suas histórias, não deixaram de inovar, cada uma a seu modo.
Para concluir, o ideal é criar um ambiente corporativo criativo, onde o erro faz parte do desenvolvimento, o clima deve ser propício, os colaboradores precisam ter convicção que não serão “punidos” pelo erro, caso ele ocorra.
Até para errar é preciso ter uma empresa totalmente estruturada para lidar com as consequências e revertê-las em sucesso.
*Alcides Rocha é presidente da Finance365, primeira plataforma brasileira de Governança Corporativa focada em PMEs

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